Motorista que matou Marina Harkot em atropelamento é condenado a 13 anos

O motorista José Maria da Costa Júnior foi condenado nesta sexta-feira (24) pela Justiça de São Paulo pelo crime de homicídio doloso qualificado, após atropelar e matar a ciclista Marina Harkot em 2020. A decisão foi tomada pela maioria dos sete jurados, que consideraram que José Maria assumiu o risco de matar ao dirigir embriagado e em alta velocidade. Além disso, o réu fugiu sem prestar socorro à vítima.

A juíza Isadora Botti Beraldo Moro leu a sentença no início da madrugada desta sexta-feira. José Maria foi condenado a 13 anos de prisão, divididos da seguinte forma: 12 anos em regime fechado por homicídio doloso qualificado, seis meses de detenção em regime aberto por embriaguez ao volante e outros seis meses, também em regime aberto, por omissão de socorro.

Apesar da condenação, o empresário poderá recorrer em liberdade. O julgamento ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista, e contou com depoimentos de sete testemunhas, além do interrogatório do réu.

Relembre o caso

O atropelamento aconteceu em 8 de novembro de 2020, na Avenida Paulo VI, no bairro de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Marina Harkot, socióloga e ativista pelos direitos dos ciclistas, foi atingida por trás enquanto pedalava. A bicicleta da vítima ficou completamente destruída após o impacto causado pelo Hyundai Tucson dirigido por José Maria.

De acordo com a perícia, o veículo trafegava a 93 km/h em um trecho cuja velocidade máxima permitida era de 50 km/h. Amigos que estavam com o motorista no momento do acidente afirmaram que ele havia consumido uísque com energético antes de dirigir. Apesar disso, como José Maria se apresentou à polícia apenas dois dias após o atropelamento, não foi possível realizar exames para comprovar a presença de álcool no organismo.

O réu alegou em seu depoimento que não percebeu ter atingido Marina, afirmando que o local estava escuro e que, inicialmente, pensou tratar-se de uma tentativa de assalto. No entanto, testemunhas, incluindo uma policial militar que socorreu a vítima, relataram que o local era bem iluminado. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Marina morreu em decorrência de politraumatismo causado pelo impacto.

Justificativa do réu e decisão do júri

José Maria afirmou durante o julgamento que apenas desconfiou do atropelamento após assistir a reportagens sobre a morte de Marina. Ele declarou: “Ouvi um barulho, mas achei que era uma tentativa de assalto. Só percebi quando vi a notícia na TV”.

O júri considerou, por votação, que o réu cometeu os crimes de homicídio doloso, embriaguez ao volante e omissão de socorro, apontando que ele assumiu o risco de causar o acidente. A decisão foi fundamentada em depoimentos, laudos periciais e vídeos que mostram o veículo em alta velocidade momentos antes do atropelamento.

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