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09/04/2025SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O filho de Jenife Socorro Almeida da Silva, brasileira de 36 anos que foi vítima de feminicídio em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, lamentou a morte da mãe e disse que ela era uma guerreira.
O adolescente de 17 anos contou que passou mal com a notícia e precisou de atendimento médico, mas deixou o hospital para homenageá-la. “O que eu mais queria era voltar e poder homenagear minha guerreira, a vencedora que minha mãe foi”, disse. Ele foi identificado pela família apenas como “Jeff”.
“Quero desejar que as mulheres tenham muito cuidado. Esse mundo é um mundo muito cruel. Infelizmente, a gente não consegue entender a mente de um homem”, afirmou o adolescente. Ele subiu ao palco ontem para falar sobre a mãe durante um protesto que pediu justiça para o caso da brasileira, em Santana (AP).
Jeff disse que guardou em si um “sentimento de vingança”, e que trabalhava para se livrar dessa sensação. “Sei que não é certo. Não é isso que minha mãe queria”, afirmou.
A filha de Jenife, de 11 anos, também participou do ato. “A gente tem que lutar para nenhuma mulher mais passar por isso”, disse a menina.
A brasileira era divorciada e deixou dois filhos. Familiares dela foram até a Bolívia e fizeram uma vaquinha virtual para ajudar no custeio da estadia no país vizinho. Eles também tentam juntar dinheiro para repatriar o corpo da mulher.
Jenife Socorro Almeida da Silva, natural do Amapá, foi achada morta na quarta-feira na casa em que alugava. Ela estava no país vizinho para buscar seu diploma e colar grau como médica, segundo a família.
Adolescente foi apreendido por suspeita de feminicídio. Um garoto de 16 anos, que foi visto deixando o local do crime, contou à polícia que conheceu a brasileira em uma praça e trocou número de telefone com ela, mas negou que tenha cometido o assassinato. As informações foram dadas pela polícia de Santa Cruz de la Sierra à imprensa local.
Uma troca de mensagem entre Jenife e o suspeito mostra que o adolescente mentiu a própria idade, afirmando que tinha 20 anos para marcar um encontro com ela. A informação é do jornal boliviano Unitel.
O adolescente foi encaminhado ao Centro Nueva Vida Santa Cruz. O local recebe jovens infratores na cidade.
Familiares tentam repatriar o corpo. Eles abriram uma campanha de financiamento coletivo para trazer o corpo de Jenife de volta ao Brasil e para custear os gastos da família dela.
Itamaraty disse que acompanha o caso. Em nota enviada ao UOL, o Ministério das Relações Exteriores disse que presta assistência consular à família pelo Consulado-Geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra.
EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
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