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21/04/2025O Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, será lembrado como um pontífice que rompeu paradigmas, enfrentou temas sensíveis com coragem e deixou uma profunda marca na história recente da Igreja Católica. Argentino, primeiro papa latino-americano e jesuíta, liderou a Igreja desde 2013 com um olhar voltado aos pobres, à inclusão e à modernização da instituição.
Desde o início de seu pontificado, Francisco deixou clara sua prioridade: o combate à pobreza. Escolheu o nome em homenagem a São Francisco de Assis, conhecido por sua dedicação aos mais necessitados. Seu lema papal, “Miserando atque eligendo” (“Olhou-o com misericórdia e o escolheu”, em português), refletia o espírito de sua missão.
Francisco também foi um líder atento às grandes questões do mundo. Durante sua gestão, não hesitou em criticar duramente líderes de países em guerra, como o presidente russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Atacou ainda a omissão da União Europeia diante da crise dos refugiados, que se agravou a partir de 2015, e constantemente pediu acolhimento, empatia e solidariedade.
Em um dos momentos mais marcantes de seu papado, Francisco rezou sozinho na deserta Praça São Pedro durante o auge da pandemia de Covid-19, em 2020. A imagem do papa solitário, em meio à chuva, com a praça vazia — algo impensável até então — se tornou símbolo de esperança para milhões ao redor do mundo.
Internamente, promoveu reformas profundas na estrutura do Vaticano, especialmente na área econômica e financeira. Continuou o processo de reestruturação iniciado por Bento XVI e atuou contra irregularidades no banco do Vaticano, alvo histórico de denúncias de lavagem de dinheiro. Também modernizou a Cúria Romana, buscando maior eficiência e transparência.
Apesar das dificuldades de saúde — sofria com dores no quadril e chegou a ter dificuldades de equilíbrio —, Francisco nunca cogitou formalmente a renúncia. “Estou indo em frente”, afirmou, contrariando o que havia dito em 2015, quando revelou acreditar que seu pontificado seria breve.
Foi um papa de gestos e ações simbólicas: o primeiro a convidar um homem trans para o Vaticano, recusou-se a julgar homossexuais e defendeu que a Igreja deveria ser um “hospital de campanha, não um posto alfandegário que separa os bons dos maus cristãos”. Para o vaticanista Marco Politi, Francisco promoveu uma verdadeira “revolução nos passos do Concílio Vaticano II”, ao desafiar tabus sexuais e abrir espaço para uma visão mais humana e pastoral da fé.
Francisco impulsionou uma Igreja que se aproximou dos fiéis em situações “irregulares”, acolheu os marginalizados e defendeu que misericórdia deveria prevalecer sobre a rigidez das normas. Seu legado, feito de fé, coragem e transformação, permanecerá como um dos mais significativos da história da Igreja Católica.
Fonte: Noticias ao Minuto Read More